Como se criam os mitos?
A arte de D. João V, o palácio-convento de Mafra e muitas (fanta)histórias

Numa parceria entre a Biblioteca Escolar e o programa CES vai à Escola e no âmbito da Educação para a Cidadania e da disciplina de História A, realizou-se, no dia 10 de novembro, uma sessão intitulada “Como se criam os mitos? A arte de D. João V, o palácio-convento de Mafra e muitas (fanta)histórias”, com a investigadora do Centro de Ciências Sociais de Coimbra – Giuseppina Raggi.
Esta sessão incidiu sobre o reinado de D. João V e, através da análise crítica e atenta das fontes, veio reforçar a consciência do quanto o conhecimento histórico/científico está em constante atualização, graças ao papel da investigação científica.
Desfizeram-se alguns mitos e os alunos foram convidados a ir ao encontro dos sonhos de D. João V.
Projetos que passavam pela renovação/modernização da cidade de Lisboa que o rei pretendia que adquirisse o carácter imperial e patriarcal, inspirando-se para tal na grandiosidade do Império Romano (ex.: o Palatino Antigo), mais próxima da austeridade dos Habsburgos (palácios residenciais de Inverno e de Verão), por influência de sua esposa Maria Anna de Áustria, e bem mais distante do Palácio de Versalhes, ao contrário do que se costuma afirmar. O Palácio Real de Versalhes do qual também se distancia o Palácio de Mafra, um palácio convento. Foi interessante verificar como D. João V, sempre em busca da grandiosidade, da exuberância e ostentação, contornou a simplicidade e humildade exigidas pelos frades arrábidos (franciscanos descalços) ao impor a utilização de materiais ricos, como é o caso do mármore.
Um momento de aprofundamento de conhecimentos, aprendizagens e de reflexão que, na realidade, acabou por constituir um verdadeiro testemunho do quanto é importante a proximidade entre os centros de investigação, as escolas e respetivas práticas pedagógicas.