Esta sessão solene foi um autêntico momento de festa, de energia, que fez entrelaçar a música, a pintura, a dança e as palavras. Com uma extraordinária atuação dos alunos do ensino articulado da EB Comendador Ângelo Azevedo, a comunidade foi convidada a visitar a exposição do artista plástico Victor Costa. Uma exposição que combina a beleza com uma arte interventiva, tecida em torno do fio das tecedeiras da povoação de Almalaguês, que se estão a perder no nevoeiro do tempo e do fio da água que corre da torneira, esgotando um recurso essencial do nosso planeta azul.
Os nossos jovens são a garantia da “renovação”, destacou o Sr. Diretor do Agrupamento de Escolas – professor António Figueiredo - , afirmando ainda que eles são o “influxo de energia na nossa escola”, ao incentivarem os seus professores a perseguirem o fio do desafio, da descoberta, da superação e do êxito, tendo sempre como referência os valores que a vida e obra do Comendador Ângelo Azevedo e do Prof. Doutor Ferreira da Silva, o primeiro químico português, nos incutem: integridade; honestidade, esforço, dedicação, empreendedorismo, cultura. Um fio que, admitamos, nem sempre é fácil de perseguir, mas que tem servido de âncora ao compromisso e dedicação do corpo docente e dos assistentes operacionais que, “nos bastidores, muito se esforçam para garantir um ambiente limpo, acolhedor, tranquilo, indispensável ao bem-estar de toda a comunidade educativa”, sempre em parceria com os pais e/ou Encarregados de Educação.
A audiência foi ainda brindada com momentos de dança contemporânea interpretados por alunos do 10º e 12º Anos e, depois por uma coreografia na qual a ginástica artística, rítmica e acrobática se combinaram com a mensagem da necessidade urgente de tudo e todos se unirem na proteção do planeta azul.
A cor azul do fio da água que corre da torneira veio juntar-se à cor verde das oito bandeiras verdes que foram atribuídas à Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, à Escola Básica Comendador Ângelo Azevedo, à Escola Básica e Jardim de Infância de Bustelo, ao Jardim de Infância do Largo da Feira, à Escola Básica Maria Godinho, ao Jardim de Infância Nogueira do Cravo, à Escola Básica e Jardim de Infância do Picoto e à Escola Básica e Jardim de Infância Faria de Baixo. Este galardão das bandeiras verdes constitui o reconhecimento do trabalho de excelência desenvolvido pelos alunos a favor do Ambiente, a favor deste Planeta Azul.

Assim, esta sessão solene constituiu um verdadeiro ato coletivo de tecelagem, que foi concluído pelas palavras tecedeiras da aluna Ana Miguel, que, num discurso pessoal, reflexivo e ternurento ofereceu conforto e semeou a esperança nas almas de todos os presentes, lembrando que “enquanto pessoas não fazemos o nosso legado sozinhos”, mas sim com o contributo e cuidados dos professores, dos assistentes operacionais e da direção, em torno da qualidade e da segurança da escola, cujo legado do Prof. Doutor Ferreira da Silva, acaba por ser uma referência na vida de cada um de nós, mostrando que, “[…] com confiança e nunca sozinho, cada um pode ser singular e igualmente importante”.

Da parte da tarde, deu-se lugar ao “fio da memória”, com uma sessão no auditório da Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, que contou com o interessante e rico contributo da Dra. Marisa Monteiro, curadora do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, e do Prof. Doutor António Fernando Silva, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Assim, a plateia foi elucidada sobre a documentação que fundamenta o protagonismo de Ferreira da Silva na comunidade científica nacional e internacional e a sua obra enquanto químico e toxicólogo, que sempre esteve ao serviço dos consumidores. Muitos foram os exemplos dados, fazendo-se particular referência à preocupação com o abastecimento de água potável na cidade do Porto, à polémica relacionada com a salicilagem dos vinhos do Douro e à adulteração dos azeites.
Esta sessão foi um excelente contributo, na medida em que veio complementar todos os trabalhos efetuados pelos alunos em torno do seu patrono, como por exemplo, o filme mudo “Crime disse ele!”, realizado pelos alunos do 12ºA.
Ferreira da Silva, um homem bom, inteligente, rigoroso, minucioso, trabalhador, honesto, justo, persistente e elegante nas respostas aos seus adversários mais críticos.